quarta-feira, 30 de março de 2011

UMA REFLEXÃO IMPORTANTE


Onde estão nossos heróis?
Artigo do Messias Pontes para 30.03.11

Na próxima sexta-feira 1º - dia da mentira -, a quartelada que depôs João Goulart, o presidente constitucionalmente eleito, completa 47 anos. Durante longos 21 anos os brasileiros viveram uma verdadeira tragédia, um dos períodos mais sombrios da nossa História.
Para atender aos interesses do imperialismo norte-americano e das oligarquias tupiniquins, os militares golpistas rasgaram a Constituição do País, subvertendo portanto a ordem constitucional, e instalaram uma feroz ditadura em 1º de abril de 1964. Em 13 de dezembro de 1968, os militares golpistas deram outro golpe, dessa vez instituindo o terrorismo de Estado com o famigerado Ato Institucional nº 5.
Durante os 21 anos de supressão da liberdade, os militares golpistas cometeram os crimes mais bárbaros, piores até que os cometidos pela Polícia Política de Felinto Müller durante a ditadura do Estado Novo (1937/1945). Nesse período (1964/1985), milhares de democratas brasileiros, inclusive militares que não concordavam com a subversão da ordem, foram perseguidos, ilegalmente presos,seqüestrados, torturados, estuprados, exilados e assassinados nos porões dos órgãos de repressão – DOI-Codi, Deops, Polícia Federal e quartéis das três Armas.
Quase duas centenas de famílias ainda alimentam a esperança de poder dar uma sepultara digna a seus entes queridos, cujos corpos foram ocultados pelos militares assassinos que teimam em não revelar o paradeiro de todos eles.  Esses continuam subvertendo a ordem e deveriam ser punidos pelo crime cometido e também por desobediência.
 Se durante a ditadura militar a luta dos democratas e patriotas brasileiros era para pôr fim à ditadura, agora o que se coloca na ordem do dia é a busca da verdade e da memória. Para tanto tramita no Congresso Nacional mensagem governamental dispondo sobre a criação da Comissão Nacional da Verdade, objetivando esclarecer como, quando, onde e por quem foram assassinados e qual o destino de seus corpos.
Setores recalcitrantes das Forças Armadas teimam em esconder a verdade e falseiam a realidade quando afirmam que a Lei da Anistia de agosto de 1979 é válida para torturados e torturadores. Cinicamente dizem que a Comissão da Verdade visa tão somente a vingança e que ela “vai abrir uma ferida do passado”. Tudo balela, pois a ferida continua aberta e só irá cicatrizar quando toda a verdade vier à tona. A Nação precisa se encontrar consigo mesma.
Agora, por incrível que pareça, o jornal Folha de São Paulo que tanto corroborou com os golpistas, inclusive cedendo suas veraneios para transporte de presos políticos para a tortura, traz à baila documentos assinados pelo comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Edmundo Drummond Bittencourt, e pelo contra-almirante Paulo Gonçalves Paiva, ordenando matar todos os guerrilheiros, mesmo depois de presos. Portanto crimes de guerra.
Como o Estado brasileiro ainda não esclareceu nem puniu os seus agentes que cometeram crimes de lesa humanidade, o Brasil foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.
As viúvas da ditadura militar tergiversam porque sabem muito bem que não se trata de vingança. Ninguém pretende cometer os mesmos crimes de lesa humanidade; ninguém sequer cogita seqüestrar, torturar, estuprar e muito menos matar e ocultar o corpo dos s seus algozes.
Setores organizados da sociedade começam a reagir à excrescência que são equipamentos públicos, ruas e praças levarem o nome de militares e civis golpistas. No final da tarde da última segunda-feira  28, o Centro Social Urbano Presidente Médici , aqui em Fortaleza, foi rebatizado e agora leva o nome do estudante Edson Luiz, covardemente assassinado pela repressão política durante manifestação no restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro, em 28 de março de 1968. O ato foi organizado pelo Coletivo Cultural Aparecidos Políticos.
 Amanhã, a Praça 31 de Março será rebatizada com o nome de Praça Dom Helder Câmara. Isto já deveria ter ocorrido há mais de dois anos, já que a Câmara Municipal de Fortaleza aprovou projeto de lei do vereador João Alfredo (Psol). No entanto a prefeita Luizianne Lins não o sancionou, e agora quer batizar a praça, que está sendo reformada, de Praça do Futuro.
Outra grande iniciativa para resgatar a verdade e a memória, em nível nacional, está sendo desenvolvida pela Caros Amigos Cia. de Teatro, da Cooperativa Paulista de Teatro, em parceria com o Projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que realiza apresentações gratuitas do espetáculo “Filha da Anistia” em seis capitais.
Semana passada foram realizadas quatro sessões – duas quarta-feira e duas no sábado – no teatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, e agora a peça será apresentada em Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Teresina e Brasília. As apresentações são seguidas de debates com a participação do público, do elenco e de convidados locais – ex-presos políticos -, com curadoria do Núcleo de Preservação da Memória Política.
Segundo os autores e excelentes atores Alexandre Piccini e Carolina Rodrigues, o principal objetivo é contribuir de uma maneira artística para que o Brasil avance na consolidação do respeito aos Direitos Humanos, sem medo de conhecer e reconhecer a sua história recente.
O que todos querem saber é onde estão os nossos heróis?

terça-feira, 29 de março de 2011

CRISE DA ÁGUA NO MUNDO

“Mais de 1 bilhão de pessoas, a maioria vivendo nas grandes cidades, ficarão sem água em 2050. A estimativa é de um estudo publicado na revista norte-americana Proceedings of the National Academy of Sciences. De acordo com os cientistas, as más condições sanitárias de algumas metrópoles mundiais agravam o risco para a fauna e a flora.
“Existem soluções para que esse 1 bilhão de pessoas tenham acesso à água. Mas isso requer muitos investimentos na infraestrutura e melhor utilização da água”, afirmou o coordenador da pesquisa, Rob McDonald, do centro de estudos privado The Nature Conservancy.
Segundo os pesquisadores, se a tendência atual da urbanização continuar, em 2050 cerca de 993 milhões de habitantes das cidades terão acesso a menos de 100 litros de água por dia para viver. Essa quantidade corresponde ao volume de um banho por pessoa.
Os cientistas advertem ainda que se forem acrescentados os efeitos prováveis da mudança climática, cerca de outros 100 milhões de pessoas não terão acesso a esse volume de água. O consumo de 100 litros diários é considerado pelos analistas como o mínimo necessário a um indivíduo para as necessidades de bebida, alimentação e higiene.
De acordo com a pesquisa, atualmente cerca de 150 milhões de pessoas consomem menos de 100 litros diariamente. Um cidadão médio que vive nos Estados Unidos, informou o estudo, consome aproximadamente 376 litros de água por dia.”
(Agência Lusa)
fonte: BLOG DO ELIOMAR

segunda-feira, 28 de março de 2011

Reflexão sobre árvores no Brasil

Opinião

Segunda, 28 de Março de 2011

Árvores pela vida




 

Celebra-se hoje, em todo o Norte e Nordeste do Brasil, o Dia da Árvore. A data é um convite para se pensar a importância das árvores em um país que, em pouco mais de 60 anos, viu sua população urbana passar de 30% para mais de 80%. Poucos países ocidentais sofreram uma urbanização tão rápida quanto o Brasil do século XX, um processo, infelizmente, marcado pelo crescimento desordenado e pela ampla ocupação de áreas indevidas, como leitos de rios, morros e parques. O resultado desse processo pode ser distinguido hoje nas áreas de risco, que proliferam nas periferias dos grandes centros urbanos, e nas tragédias anunciadas a cada chuva. Outra consequência foi a perda do contato dos habitantes da cidade com as áreas arborizadas – como parques e bosques – que outrora serviam como ponto de encontro entre amigos e como ilha de refresco ao corpo da intensa irradiação solar.
As árvores têm a capacidade de, além de embelezar o horizonte cinzento dos prédios, oferecer, a custo muito baixo, um ponto de alívio para o estresse cotidiano. Ademais, as árvores evitam a erosão do solo e o enriquece sob a perspectiva física, química e biológica.
Com o crescimento populacional e a incapacidade das cidades de receberem mais pessoas, as áreas verdes passaram a sofrer uma imensa pressão, seja do setor imobiliário, seja da poluição dos meios que as cercam – neste caso, a degradação é acentuada também pela incapacidade do poder público de geri-las com eficiência. Que o dia de hoje sirva para que se reflita acerca do respeito às normas ambientais imprescindíveis – a gestores e cidadãos – neste século que se inicia tendo em vista a escassez de recursos naturais e o desaparecimento de áreas verdes nos corações das cidades, fatores que concorrem para a má qualidade de vida de seus habitantes.
Fonte: jornal O ESTADO
 

sábado, 26 de março de 2011

DIA DO PLANETA

Fortaleza apaga as luzes em nome da natureza

Por uma hora, pessoas de todo o mundo vão apagar as luzes em alusão à campanha "Hora do Planeta"
26.03.2011| 01:30

Fortaleza se une a milhares de cidades em todo o mundo que participam hoje do ato simbólico “Hora do Planeta”. Por uma hora, entre 20h30min e 21h30min, pessoas de mais de 105 países são convidadas a apagar as luzes em apoio ao combate ao aquecimento global. A ação é promovida pela organização World Wildlife Fund (WWF), Fundo Mundial da Natureza, em português.

Pelo terceiro ano consecutivo, a iluminação pública de monumentos e praças da cidade será apagada por uma hora como forma de marcar o ato. Terão as luzes desligadas os seguintes locais: Arco da Praça Portugal, Coluna da Hora e Fonte da Praça do Ferreira, Seminário da Prainha, estátua de Iracema na Lagoa de Messejana e Praça Regis Jucá (entre a avenida Antônio Sales e a rua Monsenhor Catão).

O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC), Fernando Bezerra, cita a instalação de lâmpadas de Diodo Emissor de Luz (LED, na sigla em inglês), como medida de economia a ser adotada em Fortaleza.

Os semáforos da avenida Bezerra de Menezes foram os primeiros a receber lâmpadas de LED, que gastam 25% da energia de uma lâmpada convencional com eficiência maior. “Na próxima licitação vamos instituir lâmpadas LED na iluminação das grandes avenidas”, completa Bezerra. Segundo ele, duas lâmpadas estão em teste no cruzamento da avenida Dom Luís com rua Tibúrcio Cavalcante.

Mobilização
Muito mais que ação de governos, a “Hora do Planeta” convida a adesões individuais. A servidora pública Augusta Rocha conta que vai envolver os quarenta vizinhos de condomínio na campanha.

Ela explica que já divulgou por e-mail e, na hora, o reforço será por interfone. “Não vai ser difícil conseguir 100% de adesão porque a avenida ilumina bem”, justifica Augusta.

Por quê
ENTENDA A NOTÍCIAApagar as luzes é gesto simbólico a favor da redução de emissões de gases que influenciam nas mudanças climáticas. Mais do que isso, porém, é preciso reduzir o consumo diário e aumentar o uso de fontes alternativas.

ADESÕES

Além de Fortaleza, outras três cidades cearenses formalizaram participação na Campanha “Hora do Planeta”: Baturité, Groaíras e Quixadá.

O Shopping Benfica também aderiu à Campanha. A área de passeio e todas as lojas ficarão a meia luz entre 20h30 e 21h30 de hoje

No site da campanha (horadoplaneta.org.br) também declararam participação a Prefeitura de Piquet Carneiro e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABHI) do Ceará.

Em todo o país, mais de 60 cidades vão promover a campanha, 17 delas são capitais.

Thiago Mendes
thiagomendes@opovo.com.br

quarta-feira, 23 de março de 2011

Veja estas recomendações para um bom uso da água

10 passos para agir bem com a água

Mudando alguns hábitos você pode ajudar a preservar a água do mundo. Aprenda e repasse a seus filhos


Educar

16/03/2011 12:52

Texto
Marion Frank

Foto: Kiko Ferrite
Foto: É importante mudar hábitos pequenos, mas que já estão integrados ao nosso cotidiano

É importante mudar hábitos pequenos, mas que já estão integrados ao nosso cotidiano

Quem visita Água na Oca sai encantado – e um tanto preocupado. O encanto surge ao se aproximar desse universo maravilhoso, o das águas doces e salgadas, tão bem explorado pela exposição interativa. Quanto à preocupação, ela aparece antes mesmo de pegar o caminho de casa. Porque algo precisa ser feito, a mostra alerta a todo o momento, para preservar esse patrimônio prestes a ser destruído. É urgente alterar hábitos, hábitos simples e perigosos, eles que já estão integrados em nosso dia a dia. E fazer com que todos, de pais a amigos e conhecidos (professores incluídos), sigam o exemplo. Por onde começar? Eis algumas dicas:
1. Vou fechar a torneira durante a ducha, enquanto passo o sabonete no corpo
2. Vou agir igual, quando escovo os dentes – não faz sentido algum ficar vendo a água escorrer durante a escovação
3. Vou jogar o lixo no lixo – e não dentro da privada, evitando assim o uso da descarga
4. Vou checar se a descarga está regulada, jeito simples de economizar água
5. Vou parar de jogar na rua o que tenho nas mãos: basta chover para que esse lixo seja levado pela água para o bueiro, onde o lixo ganha volume e provoca alagamento
6. Vou conversar com a vizinha e tenta convencê-la sobre o desperdício que é lavar a calçada. Porque a calçada não precisa de água, mas o planeta sim
7. Vou mostrar ao meu pai que o carro pode ser lavado com a medida de água de um balde, o que evita usar a mangueira livremente
8. Vou sugerir à minha mãe desviar a água da máquina de lavar para o tanque e, com ela, lavar o quintal
9. Também vou mostrar para ela que a água usada para lavar frutas e legumes serve depois para molhar as plantas
10. Vou mudar essa história de evitar o desperdício só em casa. Água é um bem coletivo – seja onde for, se estou gastando à toa, o resultado será negativo para todos nós

segunda-feira, 21 de março de 2011

DIA MUNDIAL DA ÁGUA - 22 DE MARÇO

Dia Mundial da Água



A água do planeta está se esvaindo por desperdício, poluição, consumo e ocupações desenfreadas. Preservá-la e distribuí-la bem, cada vez mais, se torna um desafio urgente. Sobretudo quando pesquisas sobre mudanças climáticas e aquecimento global apontam dados preocupantes, por exemplo, relacionados ao aumento do nível do mar e os consequentes impactos na vida de bilhões de pessoas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que hoje mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a água potável. Nas cidades brasileiras, os desafios são grandes: ao mesmo tempo em que demandam grande quantidade de água, as cidades causam impactos ambientais sobre os reservatórios e fontes naturais devido a fatores como crescimento populacional e urbano desordenado, industrialização, falta de saneamento e educação ambiental, o que dificulta a garantia de oferta de água. Nas regiões metropolitanas, estima-se que haverá um crescimento demográfico de quase 25 milhões de habitantes até o ano de 2025, aumentando as demandas de abastecimento urbano. A população mais pobre das cidades é a mais afetada, tendo em vista as dificuldades de acesso à rede de abastecimento de água e saneamento.

Nesse sentido, merecem ser lembradas as históricas lutas contra a privatização do setor de saneamento na década de 90 e início do século atual. Como bem público essencial à vida, a água e os recursos naturais não podem ser tratados sob a ótica do lucro e da exploração predatória.

No Dia da Água - comemorado amanhã em todo o mundo com o tema “Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano” - devemos refletir sobre a construção de um modelo de desenvolvimento economicamente viável, ambientalmente responsável e socialmente justo. A mudança começa ao pensarmos o desenvolvimento para além do crescimento econômico. Ela só será possível quando mudarmos nossos padrões de consumo e produção, buscando garantir o direito a vivermos em cidades sustentáveis e mais saudáveis.

Eliane Novais
Deputada Estadual (PSB)

domingo, 20 de março de 2011

a gestão pública e o verde

Veja esta reportagem

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Opinião

EDITORIAL

Desenvolver sem poluir


20/3/2011
Como oitavo maior emissor de agentes poluidores do mundo, o Brasil tem um sério caminho a percorrer nos próximos anos, no sentido de tentar cumprir a meta de reduzir seu impacto nos problemas climáticos da Terra, mas sem sacrificar seu projeto de desenvolvimento. De acordo com estudo elaborado pelo Banco Mundial, o País poderá chegar a 2030 tendo despejado na atmosfera 29 bilhões de toneladas de gases responsáveis pelo efeito estufa. Esse excesso, entretanto, poderá ser controlado com a adoção de algumas mudanças em métodos tecnológicos e nas ações públicas.

Depois do México, o Brasil é o segundo país alvo das análises do Banco Mundial, através de estudo que envolveu dezenas de especialistas, centros de pesquisa de universidades públicas e representantes de ministérios. Uma adequada transição para o futuro custaria cerca de U$ 400 bilhões até 2030, cifra acima da anteriormente projetada como necessária para deter o processo de despoluição nas duas próximas décadas. As possibilidades de cortes de emissões de gases envolvem atitudes mais diversificadas do que habitualmente se divulga. Seria de grande validade uma intervenção de peso no setor dos transportes, com investimentos maciços nos setores de ferrovias e navegação hídrica, reconhecidamente não poluentes e pouco exploradas.

Também teria considerável parcela de contribuição positiva, nas grandes e médias cidades, a instalação de pistas expressas para ônibus movidos a diesel e, em paralelo, a utilização de metrôs. Até mesmo a construção de calçadas seguras para as caminhada de pedestres e a expansão de ciclovias teriam a capacidade de reduzir 1,6% das emissões perniciosas geradas pelo transporte urbano. Embora mexer no transporte, como um todo, resulte em investimento mais alto até do que reduzir o desmatamento nas florestas, ao final a melhoria da qualidade de vida se faria sentir de maneira bem mais intensa entre vastos segmentos da população.

Poucos se dão conta de que o lixo em decomposição dos aterros sanitários injeta elevadas doses de metano na atmosfera, um gás 21 vezes mais potente do que o dióxido de carbono na contribuição para o aquecimento global. O mesmo acontece com os esgotos domésticos e efluentes industriais, os quais, juntos, poderiam evitar 80% das emissões no campo dos resíduos poluidores.

Estimativas apontam que o Brasil poderia gerar, com seus ventos abundantes, tudo o que consome no presente em eletricidade, o que valoriza extraordinariamente a energia eólica, na qual o Ceará se apresenta como um Estado especialmente privilegiado pela natureza. Este é seguramente um campo de negócios aberto para o futuro próximo.

Nas políticas dirigidas à redução da emissão de gases, um dos fatores mais importantes é se atentar para detalhes por vezes ignorados em avaliações que se limitam a analisar as mais óbvias formas de poluição. Áreas como as dos transportes, do tratamento dos resíduos e da geração de novas formas de energia são também de vital importância quanto à obtenção das metas propostas, devendo ser consideradas em todo planejamento de governo que pretenda cumprir os objetivos enunciados para preservação do Planeta.

ALERTA PARA CATÁSTROFES NATURAIS

18/03/2011 - 10h07

Brasil terá sistema de alerta contra catástrofes naturais

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CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
O sistema nacional de alerta contra catástrofes naturais será bancado neste ano por R$ 10 milhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. A decisão foi anunciada na quinta-feira em Brasília.
Principal anúncio do início da gestão de Aloizio Mercadante no Ministério da Ciência e Tecnologia, a criação de um sistema que possa evitar tragédias como a de janeiro na região serrana do Rio esbarrou nos cortes orçamentários do governo.
Marlene Bergamo/Folha Imagem
Enchentes em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, provocaram desabamentos e mortes no início deste ano
Enchentes em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, provocaram desabamentos e mortes no início deste ano
A saída foi pedir financiamento para o início da montagem do sistema ao fundo gerenciado pelo MMA (Ministério do Meio Ambiente).
Afinal, raciocina o ministério, trata-se de uma ação de adaptação às mudanças climáticas, uma das linhas principais do fundo.
Neste ano, o fundo deverá investir R$ 229 milhões em ações como combate à desertificação e redução de emissões de carbono.
Desse total, R$ 200 milhões serão disponibilizados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) na forma de empréstimos com juros mais baixos que a inflação.
Na mira do secretário nacional de Mudança Climática, Eduardo Assad, estão linhas de crédito para substituição de ônibus a diesel por biodiesel e a expansão das placas solares para aquecimento de água, além do estímulo ao desenvolvimento de paineis fotovoltaicos.
"A gente sempre ouve o argumento de que é muito caro, então vamos dar dinheiro para pesquisa, para ficar barato", afirmou Assad.

Fonte: FOLHA ON LINE

sábado, 19 de março de 2011

PARA REFLETIR E AGIR

Devastação abrupta




18/3/2011
Eu vejo, tu vês, eles não veem... E quando viram, já era tarde demais! Haviam arrancado os pulmões e parte do coração da cidade. Ouvi um grito funéreo na noite de carnaval. Não era o grito do abre-alas. Não era o grito do pierrô, bêbado de amor. Era o grito das árvores tombadas, sangrando a seiva. O bem-te-vi apaixonado já escolhera o cajueiro da direita como sua morada após o casamento. A noiva chorosa repetia a frase que os homens detestam ouvir das mulheres: "Eu não disse que aqui era uma área de risco?" Como resposta, o bem-te-vi apaixonado emitiu um canto triste e quem tivesse ouvidos de ouvir entenderia: "Nunca imaginei que eles seriam capazes de destruir tudo". Agora, um verdadeiro deserto. Sequer o rastro do arvoredo onde adormeciam tantas aves ao anoitecer. Ao clarão das madrugadas, a passarada estará voando às tontas, sem rumo, em busca de outras árvores onde tecerão ninhos. Neles verão nascer suas crias que alegrarão os corações humanos. Humanos? Onde estão os humanos corações que já não conseguem se emocionar com a vida em torno de si? Onde se encontra a sensibilidade humana que, apressada, não consegue perceber o doce canto dos bem-te-vis, dos sabiás, dos periquitos, o currupaco dos papagaios falantes ou o voo certeiro dos gaviões? Cidadãos conscientes existem e, por sorte, se encontravam nesta cidade. Desvencilharam-se do vazio da individualidade. Perceberam a devastação abrupta e impensada. Indignaram-se. Gritaram e seus gritos repercutiram por fugirem à mesmice da indiferença. Que o eco perdure e não caia no vácuo daqueles que não suportam reivindicações e mudanças. O direito à propriedade privada não pode ser negado. Contudo, é importante que a coletividade assegure a aplicação adequada do Código de Obras e Posturas de Fortaleza. As regras, além de claras, sensatas e humanizadas, devem ser obedecidas. Fiscalização permanente. Caso contrário, as pessoas viverão um eterno clima de insegurança e insatisfação em uma cidade onde cada um faz o que bem quer. Uma cidade sem dono. Um chão sem pátria. Convivência insustentável e selvagem ao extremo. Com certeza, não é o que a maioria deseja.

Celina Côrte Pinheiro - médica
fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

Questionando a energia nuclear....

Greenpeace faz ato pedindo a presidente Dilma fim do uso da energia nuclear

Representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República conversaram com ativistas e receberam o manifesto

18 de março de 2011 | 14h 49
Agência Brasil
Ativistas do Greenpeace fizeram nesta sexta um ato em frente ao Palácio do Planalto pedindo à presidenta Dilma Rousseff o fim do uso da energia nuclear no país. Vestidos com capas de proteção e máscaras, um grupo subiu a rampa do Planalto e abriu uma faixa com a frase “A energia que mata. Dilma, nuclear não”.

Citando o acidente na Usina Nuclear de Fukishima, no Japão, os manifestantes pedem a suspensão da construção da Usina Nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro, e a paralisação dos investimentos em energia nuclear.

“Pedimos que a presidenta Dilma tome um posicionamento mais ágil em relação à energia nuclear. Países como a Alemanha já cancelaram o funcionamento de reatores mais antigos. Podemos ser o primeiro grande país a usar 100% de energia limpa”, disse Ricardo Baitelo, responsável pela campanha de energia do Greenpeace.

Representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República conversaram com os ativistas e receberam o manifesto do Greenpeace. O secretário de articulação social, Antônio Lambertucci, disse que a demanda da organização será encaminhada a Dilma Rousseff. “Essa demanda irá chegar à presidenta por meio do ministro da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho. Nos colocamos à disposição para recebê-los porque nossa função é dialogar”, disse Lambertuci.

Três manifestantes do Greenpeace permaneceram por alguns minutos sentados embaixo da rampa do Palácio do Planalto e foram conduzidos pela segurança à Polícia Federal.
www.estadao.com.br

sexta-feira, 18 de março de 2011

para refletir, agir e pensar

Devastação abrupta




18/3/2011
Eu vejo, tu vês, eles não veem... E quando viram, já era tarde demais! Haviam arrancado os pulmões e parte do coração da cidade. Ouvi um grito funéreo na noite de carnaval. Não era o grito do abre-alas. Não era o grito do pierrô, bêbado de amor. Era o grito das árvores tombadas, sangrando a seiva. O bem-te-vi apaixonado já escolhera o cajueiro da direita como sua morada após o casamento. A noiva chorosa repetia a frase que os homens detestam ouvir das mulheres: "Eu não disse que aqui era uma área de risco?" Como resposta, o bem-te-vi apaixonado emitiu um canto triste e quem tivesse ouvidos de ouvir entenderia: "Nunca imaginei que eles seriam capazes de destruir tudo". Agora, um verdadeiro deserto. Sequer o rastro do arvoredo onde adormeciam tantas aves ao anoitecer. Ao clarão das madrugadas, a passarada estará voando às tontas, sem rumo, em busca de outras árvores onde tecerão ninhos. Neles verão nascer suas crias que alegrarão os corações humanos. Humanos? Onde estão os humanos corações que já não conseguem se emocionar com a vida em torno de si? Onde se encontra a sensibilidade humana que, apressada, não consegue perceber o doce canto dos bem-te-vis, dos sabiás, dos periquitos, o currupaco dos papagaios falantes ou o voo certeiro dos gaviões? Cidadãos conscientes existem e, por sorte, se encontravam nesta cidade. Desvencilharam-se do vazio da individualidade. Perceberam a devastação abrupta e impensada. Indignaram-se. Gritaram e seus gritos repercutiram por fugirem à mesmice da indiferença. Que o eco perdure e não caia no vácuo daqueles que não suportam reivindicações e mudanças. O direito à propriedade privada não pode ser negado. Contudo, é importante que a coletividade assegure a aplicação adequada do Código de Obras e Posturas de Fortaleza. As regras, além de claras, sensatas e humanizadas, devem ser obedecidas. Fiscalização permanente. Caso contrário, as pessoas viverão um eterno clima de insegurança e insatisfação em uma cidade onde cada um faz o que bem quer. Uma cidade sem dono. Um chão sem pátria. Convivência insustentável e selvagem ao extremo. Com certeza, não é o que a maioria deseja.

Celina Côrte Pinheiro - médica

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

quinta-feira, 17 de março de 2011

arte e reciclagem

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ATIVIDADE INTERESSANTE

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PASSEATA CONTRA O LIXO NA COMUNIDADE DO TANCREDO NEVES - PROJETO VIVÊNCIA AMBIENTAL

No dia 26 de Fevereiro de 2011, na comunidade do Tancredo Neves, o Projeto Vivência Ambiental promoveu uma passeata visando conscientizar a população sobre os danos ambientais causados pelo descarte do lixo em locais inadequados, como ruas e canal (o caso da comunidade em evidência).



A Passeata foi uma iniciativa das crianças que participam do Projeto, pois observaram que os próprios moradores são responsáveis por poluir o ambiente.



Foi interessante perceber que o objetivo da passeata foi alcançado, visto que vários moradores se mostraram animados e sensibilizados com a iniciativa das crianças.


ÁREAS VERDES NO CEARÁ

As áreas verdes de Fortaleza estão protegidas?

17.03.2011| 01:30

NÃO
Crônica de uma morte anunciada: mesmo tendo sido alertada alguns meses antes, a Prefeitura de Fortaleza nada fez para impedir, no último Carnaval, o corte das muitas árvores plantadas na quadra entre as avenidas Santos Dumont e Virgílio Távora e as ruas Desembargador Leite Albuquerque e Dias da Rocha.

Prevaleceu a ótica de que, como se tratava de área privada, só restava tomar as providências de praxe de um ultrapassado modelo de gestão urbana. Fustigada pela indignada opinião pública e pressionada pelo Ministério Público, a Prefeitura já anuncia mudanças nas regras de licenciamento de obras do tipo.

Em suma: as áreas verdes de Fortaleza só estarão protegidas quando forem rigorosamente mapeadas e interpretadas, contando ainda com o apoio de legislação específica.

Diversas cidades do Brasil e do mundo dispõem de um inventário ambiental, levantamento completo e permanentemente atualizado de todos elementos naturais e construídos de realce constantes do território municipal (flora, fauna, hidrologia, relevo, patrimônio edificado, etc).

Parte desse acervo de informações, o inventário arbóreo é um levantamento de todas as árvores existentes em áreas públicas e privadas, tomadas segundo suas características (espécie, idade, estado de conservação, relevância paisagística, etc). Com isso, as prefeituras dispõem de todas as condições para monitorar e gerenciar as intervenções pretendidas, determinando padrões para projetos que se pretende realizar.

Em casos especiais, a imperiosa manutenção da cobertura vegetal poderá acarretar no impedimento de toda e qualquer construção. Como imaginar, por exemplo, o Benfica sem suas mangueiras, as Seis Bocas sem a sua vegetação de cerrado, a Beira Mar sem seus coqueiros, nossos boulevards sem seus oitizeiros (alguns, aliás, já perdidos e não repostos)?

Para não alijar o proprietário do mercado imobiliário, pode-se utilizar o instrumento da transferência do direito de construir, previsto no Estatuto da Cidade, base empregada para a revisão do PDP/FOR. Trata-se, portanto, de algo muito parecido com o tombamento de prédios e sítios históricos, o qual faz incidir sobre a propriedade privada uma tutela preservacionista exercida por órgão público, no caso em tela, municipal.

Essas pesquisas têm sido efetuadas pelas universidades, as quais dispõem de cursos (arquitetura e urbanismo, agronomia, biologia), professores, alunos e instalações aptos à sua realização. Uma vez finalizado, o estudo servirá à definição de procedimentos legais voltados à preservação da paisagem urbana. Importante: nossa Constituição Federal tem como um de seus pilares a “função social da propriedade”, conceito que se refere não só às relações humanas como também àquelas estabelecidas entre os homens e seus “companheiros de viagem” no planeta Terra (animais, vegetais, etc). A responsabilidade social é também ambiental.
Romeu Duarte - Arquiteto e professor da UFC
romeudj@ahoo.com.br
EM TERMOSQuando analisamos a situação dos espaços verdes de Fortaleza temos que considerar dois aspectos. Primeiro, as áreas verdes, na definição legal, são áreas públicas destinadas à interação social, vedando-se qualquer edificação nesses locais. Entendem-se como tais praças, parques e canteiros.

O segundo aspecto a considerar são os terrenos particulares, com vegetação, tratados pela legislação de forma diferenciada. No caso de propriedades particulares, é permitida a edificação, com ou sem a retirada de árvores, parcial ou totalmente. Havendo a necessidade da retirada, a lei estabelece compensações que o empreendimento privado deve fazer, que pode ser o plantio de novas árvores na própria área que receberá edificação ou em local a ser definido pela Prefeitura.

Fortaleza, assim como ocorre no restante do País, passa por um intenso crescimento do setor da construção civil. Isso tem desafiado a sociedade e o poder público a encontrar equilíbrio entre a necessidade humana e a conservação do patrimônio ambiental. O IPTU progressivo, por exemplo, que todos defendem, traz na sua formulação forte pressão para a construção nos imóveis urbanos ainda não edificados.

Tais políticas passam também pela atualização do Código de Obras e Posturas do Município. Fortaleza ainda não conseguiu resolver todos esses problemas, mas deu largos passos na atual gestão. Em 2006, a prefeita Luizianne Lins criou, não sem muita resistência, o Parque Municipal das Dunas de Sabiaguaba e a Área de Proteção Ambiental da Sabiaguaba.

A compreensão de que as necessidades de preservação ambiental não é mais monopólio de nenhum segmento facilitará a construção de uma grande pauta positiva. Ambientalistas, empresários, trabalhadores e poder público não podem mais ser vistos, uns pelos outros, como mocinhos e bandidos. As medidas compensatórias são instrumentos válidos para ajudar neste processo.

A esse propósito, mesmo com liminar da 1ª Vara da Fazenda Pública que impede o pagamento da compensatória ambiental de 0,5% sobre o valor de cada empreendimento, conseguimos importante avanço. Três empresas titulares de várias construções na Capital, entre as quais a responsável pelo projeto de edificação de um centro empresarial na Santos Dumont, abriram mão da liminar. As empresas arcarão com os custos de seis grandes ações ambientais, a saber: criação de um bosque no complexo do Jangurussu (aterro sanitário desativado); melhorias no Parque Rio Branco; recuperação paisagística de todo o entorno da Lagoa do Opaia e da Praça Clóvis Beviláqua; além da execução do Plano Diretor de Arborização de Fortaleza e do Programa de Educação Ambiental para a Construção Civil. A pauta é comum. A necessidade é de todos.
Deodato Ramalho - Secretário de Meio Ambiente e Controle Urbano de Fortaleza

SIMUma reflexão sobre a relação cidade e natureza, dentro da velocidade do crescimento socioeconômico de uma metrópole como Fortaleza, não pode deixar de lado questões mais amplas do planejamento da vida urbana. Percebemos que, apesar dos avanços conquistados na última década, ainda é necessário maior sinergia entre agentes públicos e privados para atender, dentro do que determina o Código de Postura do Município e a legislação municipal, as demandas sociais da população por moradia, infraestrutura, mobilidade, promovendo assim uma ocupação qualificada dos espaços urbanos existentes dentro dessa relação dialética homem-natureza.

No contexto de uma das capitais mais populosas do País, com grande densidade demográfica, falar em áreas verdes em Fortaleza é promover o aumento da oferta de parques, praças, jardins públicos e executar ações de arborização de avenidas e rodovias, o que vem sendo feito dentro de uma política ambiental traçada pelo município. Essas medidas são essenciais para o bem-estar da população, pois têm a finalidade de melhorar a qualidade de vida com recreação e paisagismo, agindo, simultaneamente, sobre o lado físico e mental do homem, absorvendo ruídos, atenuando o calor do sol, melhorando a qualidade do ar, contribuindo para a formação e para o aprimoramento do olhar estético.

Ao procurar aumentar a oferta desses espaços, o poder público também procura incentivar o exercício da cidadania nessas áreas, centros de acontecimentos políticos, festividades religiosas, atos cívicos e sociais. Mas sabemos, no entanto, que esse é um grande desafio em uma metrópole onde a população cresce e ocupa os espaços urbanos, exigindo um planejamento complexo de serviços como saneamento.

O mercado imobiliário cearense atende a uma demanda reprimida por moradia. Em 2010 alcançou crescimento em torno de 8%, com perspectivas de aumento em 2011, gerado pela maior oferta de emprego formal e de crédito mobiliário, pelo crescimento gradual do poder aquisitivo das classes B, C e D e pelo lançamento de importantes projetos de moradia para baixa renda.

Ao atender essa demanda do cidadão, a construção civil tem também procurado valorizar as áreas de lazer e os espaços verdes nos empreendimentos imobiliários. Os esforços nesse sentido são notórios e o investimento em projetos paisagísticos tem agregado importante valor às edificações, além de contribuir para a preservação e melhoria do meio ambiente.

Tendo o mercado imobiliário ampliado a oferta de áreas verdes em seus empreendimentos e o poder público adotado medidas compensatórias, como o plantio de árvores ou o investimento em áreas de lazer para a comunidade, acreditamos que uma maior sinergia dessas ações possa oferecer soluções para a demanda da cidade por áreas públicas com espaços verdes urbanos.
Ricardo Nóbrega Teixeira -  Engenheiro e vice-pres. Admin. do Sinduscon-CE


UM NOVO MODELO DE DESENVOLVIMENTO PARA O JAPÃO

Uma alternativa para o Japão

Notícia - 14 - mar - 2011
Relatório do Greenpeace mostra que o país pode crescer com energia renovável e eliminar gradativamente o perigo nuclear sem prejudicar seu abastecimento.
O caos impera no Japão. Em meio a informações ainda desencontradas, o mundo assiste ao país que sofreu ao pior terremoto seguido de tsunami de sua história viver o temor da contaminação nuclear. Desde o dia do desastre, dois reatores do complexo nuclear da cidade de Fukushima apresentaram problemas e começaram a vazar radiação, obrigando a evacuação de milhares de pessoas.

Leia mais sobre o acidente nuclear no Japão

©Greenpeace/Rodrigo Baleia
“Ainda é cedo para determinar a proporção dos últimos acontecimentos”, diz Ricardo Baitelo, responsável pela Campanha de Energia do Greenpeace Brasil. “Primeiro as autoridades japonesas afirmam que está tudo sob controle. No momento seguinte, as notícias dão conta de que as estratégias de contenção da última hora não estão sendo suficientes. Não temos sequer como saber se o reator derreteu ou não, já que a temperatura interna, que é muito alta, não permite que técnicos se aproximem da área afetada”, explica Baitelo.
Se ainda é cedo para dimensionar as consequências para o país da recente crise nuclear, já é passada a hora do Japão substituir este tipo de energia insegura por outras. De acordo com estudo desenvolvido pelo Greenpeace, o país das usinas nucleares pode se ver livre desta tecnologia perigosa até 2050, sem prejuízo ao abastecimento e com crescimento limpo e seguro.
Lançado em 2008, a versão japonesa do relatório Revolução Energética, estudo que traz previsões de como os países podem se desenvolver mais e melhor com o uso das energias limpas, mostra que o Japão pode ter sua matriz energética 60% renovável nos próximos 40 anos.
Para isto, bastaria focar seus investimentos em eólica, biomassa, geotérmica e solar. Graças a seu alto potencial para eficiência energética, com aparelhos mais modernos que consomem menos energia e à queda progressiva do crescimento populacional, o Japão pode também diminuir seu consumo em 53% nos próximos 40 anos.
O resultado deste caminho seria uma redução de 77% de emissões de CO2 até 2050, economia e geração de empregos sem que nem mais uma poeira radioativa ameaçasse a população da ilha. Pelas projeções do relatório, o último reator nuclear daria adeus ao país até 2045.
O Brasil lançou a nova versão do seu relatório Revolução Energética no fim de 2010. Veja as projeções aqui.

Fonte: Site do Greenpeace.

terça-feira, 15 de março de 2011

QUESTIONANDO A ENERGIA NUCLEAR - SÓ AGORA...

Pós-terremoto: usinas nucleares voltam a ser questionadas

O caso do Japão demonstra que nem mesmo a sociedade mais avançada em tecnologia pode ficar imune a um acidente
15.03.2011| 01:30


O mundo acompanha com temor a evolução da catástrofe ambiental, no Japão, devido não só à possibilidade de repetição do fenômeno, mas pelas consequências imprevisíveis em decorrência do vazamento de reatores nucleares em Fukushima. Cresce a convicção de que a construção de usinas nucleares voltará a ser questionada com mais vigor, daqui para frente, no mundo.


Quando explodem, os reatores nucleares contaminam tudo em um raio de até 100 mil km2 e continuam matando por mais de 100 anos, segundo especialistas. Em 1986, ocorreu o pior acidente desse tipo, em Chernobyl, Ucrânia. Naquela ocasião, pereceram sete mil pessoas devido a uma radiação 200 vezes superior às bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Não só: foram contaminados solos e águas de 137 mil km2 de territórios na Ucrânia, BieloRússia e Rússia. Foram também inutilizados 114 mil hectares de terra e 492 mil hectares de floresta, forçando 400 mil pessoas a abandonarem as suas habitações.

O pior é que os prejuízos não ficaram circunscritos nem ao local, nem ao período, atingindo as gerações futuras. Estima-se que mais de 500 mil de pessoas possam continuar a ser afetadas nas próximas gerações. Atualmente, por exemplo, cerca de dois mil casos de cancro na tiroide, em andamento, são relacionados àquele acidente.

Se já havia restrições às usinas nucleares (pelo fato de estas, por razões de segurança, ficarem fora do controle efetivo da sociedade e assim prejudicarem a transparência do exercício do poder, no Estado Democrático de Direito), após o acidente de Chernobyl a rejeição aumentou. Contudo, nos últimos anos ganhou relevância o argumento de que se tratava de energia limpa. Ora, é limpa até que sua produção esteja sob efetiva segurança e não haja um acidente. O caso agora do Japão demonstra que nem mesmo a sociedade mais avançada do mundo em tecnologia pode ficar imune a um acidente.

Esse risco aumenta em países distanciados desse domínio tecnológico específico como o Brasil. O fato de não termos terremotos não nos torna imunes a riscos de acidentes nucleares. Espera-se que o debate cresça, não só lá fora, mas também aqui, entre nós.

OPÇÕES ERRADAS ACABAM EM QUÊ?

O DESASTRE NUCLEAR DO JAPÃO

Quando os movimentos ecológicos alertam para os perigos da Energia Nuclear geralmente são taxados de anti - progressistas ou atrasados e muitos acabam colocando nestes o estigma de quererem atrapalhar o desenvolvimento. Quando ocorre um desastre nuclear da monta do que está ocorrendo no Japão atualmente começam a discutir a situação da energia nuclear e o temor pela morte e destruição. Mas agora não adianta só falar, pois a destruição já está aí questionando o tal modelo de desenvolvimento proposto pelos donos do poder.

14. 03. 2011

padua @ 13:45

Duas explosões no reator número 3 da central nuclear de Fukushina alimentaram nesta segunda-feira o temor de um desastre atômico no Japão, um país já abalado por um terremoto e um tsunami que podem ter deixado mais de 10.000 mortos.
Além disso, a Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da central de Fukushima (250 km a nordeste de Tóquio), admitiu a possibilidade de que o combustível do reator 2 tenha entrado em fusão em consequência de uma avaria no sistema de resfriamento. Mas o governo minimizou a possibilidade de uma grande explosão neste reator.
A Tepco indicou que um colapso não pode ser descartado, depois que os níveis de água (usada para o resfriamento) caíram bruscamente no reator 2.
Yukio Edano, porta-voz do governo, disse que o trabalho feito para resfriar o reator (que consiste em bombear água do mar para o reator) pode estabilizar a situação, e que o nível de radiação da central nuclear, que fica a 250 quilômetros de Tóquio, é tolerável para humanos.
A Tepco explicou que 3,7 metros das barras de combustível do reator (que têm 4 metros) ainda estavam expostas ao ar às 20H07 de ontem (8H07 de segunda-feira, horário de Brasília), antes da retomada do bombeamento de água do mar.
As equipes de resgate já encontraram quase 2.000 corpos na costa da província de Miyagi (nordeste), enquanto milhões de japoneses tentavam sobreviver sem água, energia elétrica, combustível ou comida suficiente. Centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a dormir em centros de emergência em consequência da onda gigante que destruiu suas residências.
Os desastres naturais também representaram um duro golpe para a terceira economia mundial, que ficou sem energia elétrica suficiente para o funcionamento de suas fábricas. O pânico atingiu a Bolsa de Tóquio, que fechou nesta segunda-feira em queda expressiva de 6,18%, após um movimento de vendas precipitadas de ações.
Socorristas de todo o mundo chegavam ao arquipélago para colaborar com os mais de 100.000 soldados mobilizados para prestar assistência, em um país que segue abalado pelos tremores secundários e em permanente sobressalto pelos alarmes falsos de novos tsunamis.
Em Ishinomaki, uma cidade de 165.000 habitantes duramente atingida, “há uma corrida contra o tempo para salvar possíveis sobreviventes de uma montanha colossal de escombros”, afirmou Patrick Fuller, porta-voz da Cruz Vermelha para a região Ásia-Pacífico.
O temor de um desastre nuclear se uniu à angústia provocada pela devastação. O terremoto, o tsunami e as explosões nas centrais nucleares levaram o país a enfrentar a “crise mais grave desde o fim da Segunda Guerra Mundial”, disse o primeiro-ministro, Naoto Kan.
Fonte: AFP
http://paduacampos.com.br/blog/?p=13727

segunda-feira, 14 de março de 2011

para refletir

A verdade sem dúvidas é linda; assim como as mentiras.
Ralph Waldo Emerson

A CULPA NÃO É DA NATUREZA..

Chuvas em São Paulo: reflexo de uma política excludente
Escrito por Rodrigo de Oliveira Andrade   
05-Mar-2011
 
É recorrente no discurso (amplamente difundido pela mídia) das autoridades públicas brasileiras a tentativa de atribuir à natureza a culpa pelos acidentes, e até mesmo desastres, associados ao escorregamento de encostas, inundações, colapsos de solos, desmoronamento de edificações etc., sendo estes responsáveis por expressivos danos e perdas, de caráter social, econômico e ambiental.
 
Em São Paulo, por exemplo, diante da chuva que transbordou o Rio Tietê pela terceira vez em 50 dias, principalmente perto das Pontes das Bandeiras, Vila Maria, Aricanduva, Tatuapé e Limão, o governador do estado Geraldo Alckmin (PSDB) culpou, além da intensidade das chuvas, a falta de piscinões e a ocupação histórica das áreas de várzea pelas inundações do último dia 28 de fevereiro.
 
No entanto, o que Alckmin e seu partido insistem em ignorar é que esses desastres, relacionados a ecossistemas urbanos e rurais, resultam da inexistência de uma política de desenvolvimento sustentável e responsável, conjugada a uma percepção subestimada da necessidade de harmonização entre o homem e o meio ambiente. Trata-se, assim, de uma gestão que, há 16 anos, caminha a passos vagarosos quanto à implementação de políticas públicas que resolvam os principais problemas da cidade em épocas de chuvas mais intensas.
 
De acordo com informações do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee), órgão gestor dos recursos hídricos do estado, publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, a solução definitiva para o fim das enchentes só deve vir em 2050. Isso porque, até agora, apenas 45 piscinões - ou um terço do previsto em 1998 pelo Plano de Macro-drenagem do Alto Tietê - foram finalizados, o suficiente para armazenar 9 milhões de m³. Seria preciso fazer mais 91 reservatórios, com capacidade para 26,6 milhões de m³ (ou 9.500 piscinas olímpicas), para comportar temporais de até 80 mm. Vale ressaltar, no entanto, que, na última semana, na foz do Aricanduva, localizada na zona leste da capital, caíram 82,5 mm de água.
 
É deveras sabido que São Paulo, devido ao seu tamanho geográfico, às condições climáticas e geológicas e, principalmente, ao grau de desenvolvimento, está sujeita, diariamente, a um número elevado de desastres e situações de emergência. Segundo dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), compilados por Lídia Keiko Tominaga, geóloga pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em um estudo desenvolvido pelo Instituto Geológico da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, dos 29 municípios paulistas que decretaram Situação de Emergência no primeiro semestre de 2009, sete, isto é, 25%, são da Região do Vale do Ribeira. Por outro lado, todavia, a Região Metropolitana de São Paulo é, de acordo com o CEDEC, quem tem tido o maior número de óbitos em conseqüência de enchentes e inundações.
 
Entre os anos de 2000 e 2008, por exemplo, foram registrados 1.861 acidentes no Estado, dos quais 50% (944) estão ligados a inundações, o que compreende enchentes e alagamentos; 19% (367) relacionam-se a deslizamentos de terra; 4% (65) foram causados por descargas elétricas provenientes de raios; e 27% (485) procederam a partir de acidentes diversos, como chuvas fortes, vendavais, desabamento de casas e muros. Neste mesmo período, foram registrados 225 casos em que tais acidentes resultaram em vítimas, ao passo que o número de registro de desabrigados e desalojados chegou a 50.347, sendo a Região do Alto Tietê a mais afetada, com 567 acidentes e 77 óbitos.
 
Muitos são os fatores que contribuem para a formação deste cenário. No que diz respeito a ocorrências de desastres naturais, no entanto, muitas tragédias poderiam, e ainda podem, ser evitadas – isso se houver planejamento adequado no uso do solo.
 
Logo, chegamos ao eixo central do problema. Segundo o Manual de Desastres Humanos, publicação elaborada com base na classificação Geral dos Desastres e na Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos (CODAR), que permite uma visão geral dos desastres segundo a causa primária do agente causador, classificando-os em Naturais, Humanos (Antropogênicos) e Mistos, no instante em que a homem assumiu a condição de espécie dominante da biosfera e se estruturou social e politicamente de modo a desenvolver cidades e, conseqüentemente, uma forte estrutura industrial anexada a uma imensa atividade de prestação de serviços, a evolução tecnológica foi se acelerando e as atividades de pesquisa cresceram de importância até chegarem a um ponto em que o desenvolvimento vertiginoso das atividades de comunicações e de transporte transformou o mundo em uma "aldeia global".
 
O resultado desta evolução, todavia, incrementou, com o passar do tempo, o poder econômico e estimulou a concentração de renda, fenômeno que por sua vez gerou um desequilíbrio no relacionamento, antes harmonioso, entre homem e meio ambiente.
 
Segundo Raquel Rolnik, urbanista, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), é muito comum encontrarmos no discurso midiático a associação de ocupações irregulares do solo a populações de baixa renda. E, de fato, na maioria das vezes, edificações precárias trazem consigo características sócio-econômicas de seus moradores, que por não terem um lugar para morar acabam ocupando áreas problemáticas, como fundo de vales e encostas (vale lembrar que o direito à moradia é previsto na Constituição do Brasil).
 
No entanto, na prática, isso é bem diferente. Afinal, quem não se lembra da situação dramática na qual se encontravam os moradores do Jardim Pantanal, localizado no extremo-leste da cidade de São Paulo, em janeiro de 2010? E atualmente, graças à especulação imobiliária, prática fomentada pelo aumento do crédito imobiliário - que por vezes gera uma onda de super-oferta por imóveis no mercado -, muitas edificações estão sendo construídas em áreas não edificáveis.
 
Muitas cidades, de estados como São Paulo e Rio de Janeiro, ignoram os instrumentos criados há dez anos pelo Estatuto das Cidades para regular a ocupação do solo. Em 2009, por exemplo, um decreto (nº 41.921/09), aprovado pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), autorizou a construção de edificações em áreas não edificáveis na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tamoios, que inclui uma faixa de mais 80 quilômetros do litoral de Angra. Em São Paulo, tais edificações, por vezes, ocupam as margens dos principais rios, como o Tietê e Pinheiros que, quando retornam às suas margens, encontram bairros, avenidas, ruas e carros. Um estudo, conduzido por Paulo Hilário Nascimento Saldiva, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e colegas, destaca que, em São Paulo, os leitos dos rios são assaltados, de modo a se retificarem seus cursos, engessando-os com asfalto ao longo de suas margens.
 
"Em resumo, realizamos um processo de esclerose das nossas vias fluviais que, volta e meia, nos cobra o preço sob a forma de inundações". A ampliação das marginais do rio Tietê evidencia, nesse sentido, a política excludente praticada há quase duas décadas pelo PSDB, que privilegia os veículos privados no lugar do transporte coletivo. Logo, ambas as gestões - a de Cabral, no Rio de Janeiro, e a de Alckmin em São Paulo - são regidas por pressupostos políticos, no mínimo equivocados, que tratam o solo como atrativo financeiro, como patrimônio privado, como bens caríssimos, cujo uso se restringe a uma pequena parcela da população: a de maior poder aquisitivo.
 
É nítida, assim, a necessidade de uma mudança estrutural, que compreende, por sua vez, a elaboração e, principalmente, a implementação de políticas públicas que visem o planejamento e a promoção da defesa permanente de grandes e pequenas cidades contra desastres, naturais ou provocados pelo homem.
 
Além disso, uma política urbana/habitacional que evite, por um lado, que famílias de baixa ou baixíssima renda tenham como única alternativa a ocupação de áreas de risco e que contenham, por outro, a especulação imobiliária e a construção de edificações em áreas que comprometam, por exemplo, o escoamento das águas das chuvas e/ou que invadam áreas de proteção ambiental. Tais medidas, no entanto, não parecem ser tratadas como prioridades pelas gestões do PSDB, haja vista que todos os anos as mesmas desculpas são dadas à população.
 
Todavia, é importante que a população saiba que tais explicações não têm fundamentação, uma vez que as autoridades públicas possuem relatórios, elaborados, na maioria das vezes, por técnicos e especialistas, que apresentam análises e um mapeamento preciso acerca das principais áreas de risco, de modo a possibilitar um melhor gerenciamento desses desastres naturais. Afinal, senhor governador, quem será o responsável pelos próximos desastres? São Pedro?
 
Rodrigo de Oliveira Andrade é jornalista.
Na web: http://www.poterkin.blogspot.com/ ; http://www.espacocult.wordpress.com/
 

PARA REFLETIR

Vão-se as árvores, fica Fortaleza

14.03.2011| 01:30


Eu não nasci em Fortaleza, mas me fiz gente aqui. Cresci numa cidade acostumada a renegar seu passado e construir futuros que nunca chegam ou mal passam de castelos de areia. A sensação que tenho, porém, é que há uma nova Fortaleza se anunciando. Das áreas nobres às periferias da Capital, vejo pessoas se apossarem de uma dinâmica urbana, entendendo que uma cidade também é quem nela vive.

Na semana em que as árvores se foram – vitimadas pela fúria de uma especulação imobiliária de uma Fortaleza velha - , fico surpreso com as reações daquilo que identifico como uma cidade nova. Tradicionalmente, ninguém reclamaria a derrubada dessas 52 árvores. É novo o incômodo do fortalezense diante da rotina da Cidade. Dessa vez, as indignações não surtiram efeito. Mas essa nova Fortaleza, que respeita as lembranças de seu passado, conseguiu deixar de pé, por exemplo, a antiga estação de trem da Parangaba.

Os moradores do Titanzinho também fizeram o mesmo quando optaram por preservar sua praia particular, apesar da oferta de emprego fácil que chegaria na cola de um estaleiro. Na verdade, eles fizeram mais. Fizeram os habitantes de Fortaleza rever aquilo que têm como importante e saber que têm direito sobre o seu espaço urbano, independente da vontade ou interesses dos políticos de plantão. Hoje, Fortaleza é bem mais dona de si e isso é extraordinário.

Nós nunca reclamamos tanto dos buracos nas ruas, nunca questionamos tanto as obras que começam sem prazo de conclusão, nunca reivindicamos tanto verde. Isso é novo e é bom! A perspectiva é absolutamente positiva diante de todos esses novos desejos. Recentemente, a exemplo, vimos ser aprovada uma lei que autoriza a nossa alegria, mas não renega a garantia do silêncio. Nessa cidade que chamo de nova, há espaço para tudo. Inclusive, para o respeito.

Magela Lima
magela@opovo.com.br
Editor-executivo do Núcleo de Cultura e Entretenimento

domingo, 13 de março de 2011

Veja esta reflexão

Meio ambiente

Oportuna a discussão sobre meio ambiente. No entanto, é importante também que se cumpra o dispositivo constitucional que prevê Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para defesa do ambiente. Sem educação crítica, conscientização e de engajamento a partir de valores éticos, jamais resolveremos os grandes problemas ambientais que hoje verificamos em nossa sociedade. É preciso que haja um processo pleno de introdução gradativa de educação ambiental, tanto a nível formal e informal, indo além de distribuição de sementes, plantio de árvores ou efemérides. O capital continua a negar os problemas ambientais e desdenhar do movimento ecológico. Sem conhecimento, o povo jamais saberá questionar o consumismo, o descarte e a degradação do meio ambiente. (Sobre matéria publicada na editoria de Cidade, sob o título "Em defesa do meio ambiente")

FRANCISCO D. SILVA DE SOUZA
FORTALEZA-CE
Publicado originalmente no JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE - 12 de Março de 2011

sábado, 12 de março de 2011

UMA QUESTÃO QUE MERECE REFLEXÃO

Sustentabilidade: dá para falar nisso sem parecer um chato? 

Publicado em
2011-03-11
Nunca fui tão a favor de falar em sustentabilidade. Realmente precisamos dar o click - aquele estalar de dedos que faz os que estão devaneando acordarem - e trazer as pessoas de volta a razão. Hoje estava no dentista e mais uma vez percebi que ele deixava a água da piazinha ao lado da cadeira escorrer água direto. Como uso aparelho ortodôntico, vou com uma certa frequência ao dentista, e sempre está lá, a torneirinha ligada escorrendo litros de água limpa. Eu nunca usei aquela pia, imagino que muito pacientes também não, então... para que aquela água sendo jogada fora sem nenhuma utilidade?
Parece besteira, devo estar dando uma de chata. Mas, de repente esse é o click que demora a despertar algumas pessoas. Acordei.
Desde que assisti o vídeo 'A história das coisas', que recomendo fortemente que vejam, minha percepção quanto ao assunto vem mudando bastante. Realmente não podemos mais achar que o problema é de uma entidade maior. Que isso? Estamos esperando que uma entidade celestial desça a Terra para catar e separar nosso lixo? Ou estamos esperando o teletransporte ser criado para levar nossas compras pra casa sem ter que usar sacolinhas plásticas?
A verdade é que sempre achei esse assunto de sustentabilidade muito chato, mas caí da cama e entendi o meu papel também. Ainda mais como futura engenheira de produção, em que se espera que o profissional seja responsável por integrar os sistemas de produção, ter uma visão sistêmica do processo produtivo e avaliar a eficiência de processos e validar os resultados com os objetivos propostos. Não dá para fazer isso, sem pensar que o maior e mais importante sistema é o nosso planeta. E até que Marte possa ser considerado uma alternativa de habitação, não se esqueça, só temos UM planeta.
Me formei em publicidade em 2004 e hoje sou estudante de engenharia de produção e trabalho com gestão do conhecimento. Tenho pós graduação em administração e gestão do conhecimento e fiz curso de extensão em empreendedorismo e inovação.

COMO REFLETIR SOBRE CATÁSTROFES DA NATUREZA?

TEORIA DE GAIA
James Lovelock, químico inglês, é autor da controvertida "Teoria de Gaia", segundo a qual o planeta Terra é um ser vivo profundamente afetado por um tumor maligno, que somos nós, os predatórios e nefastos seres humanos. O mortífero e aterrador terremoto que sacudiu o Japão e provocou tsunamis devastadoras que reverberaram pelos oceanos mundo afora, faz crer que infelizmente a "Teoria de Gaia" é absolutamente verdadeira e que a Terra quer acabar o mais rápido possível com os homens, antes que os homens acabem com ela.
Túllio Marco Soares Carvalho
Belo Horizonte
Fonte: www.estadao.com.br - FÓRUM DOS LEITORES

Reflita sobre este texto

Nossa tragédia ambiental silenciosa de todos os dias

12 de março de 2011 | 0h 00
Édison Carlos - O Estado de S.Paulo
Outro dia estava lendo uma matéria de um jornal da Paraíba que dizia que 17% dos domicílios do Estado nem sequer tinham um banheiro para que as pessoas pudessem "fazer suas necessidades". Segundo a nota, são quase 180 mil paraibanos, brasileiros, despejando suas fezes e urina a céu aberto. Uma situação que, apesar de grotesca, é realidade comum para outros 13 milhões de cidadãos deste país.
Isso me lembrou do texto do escritor Mario Vargas Llosa que afirmava que a privada deveria ser eleita como ícone da civilização e do progresso, em vez do telefone ou da internet. Junto-me ao time do escritor de que ter ou não banheiro, por mais absurdo que pareça, ainda significa um divisor no mundo, uma autêntica parede desumana dividindo a dignidade entre mundo e submundo, os com e os sem acesso a esse "luxo".
Vivemos um desastre ambiental diário e silencioso. Como menos de 44% da população está ligada a uma rede de esgotos e menos de 30% desse esgoto é tratado, segundo dados do Ministério das Cidades - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) 2008 -, são bilhões e bilhões de litros de resíduos jogados in natura todos os dias nos nossos rios, lagos, bacias e mar. Um poderosíssimo veículo transmissor de doenças, como mostrado pelo Instituto Trata Brasil em seu último estudo Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População, realizado com dados das 81 maiores cidades do País (acima de 300 mil habitantes). Pelos números levantados, as diarreias respondem atualmente por mais de 50% das doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado, e em 2008 as dez piores cidades em taxas de internação por diarreias responderam por 38% das hospitalizações por esse tipo de doença, mesmo sua população respondendo por apenas 9% do público pesquisado. E o pior de tudo, os resultados comprovam que o grupo mais vulnerável dessa tragédia são as crianças de até 5 anos de idade. Em 2008, foram 67,3 mil crianças dessa faixa etária internadas por diarreias, número que representou 61% de todas essas hospitalizações.
E, para mostrar que isso não é exclusivo daqueles que moram em áreas menos favorecidas, vale lembrar que, somente em janeiro deste este ano, na Baixada Santista, em São Paulo, foram mais de 8.700 casos de diarreia, muito disso fruto das fortes chuvas que alagam as redes de esgoto, "democratizando" a doença pelas cidades e praias.
Por essas e outras tragédias silenciosas que convivem conosco, o último Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado em novembro pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) mostrou o Brasil apenas na posição 73, entre os 169 países avaliados. Como o novo cálculo do IDH considera, entre outras coisas, os "anos esperados de escolaridade" e a "renda nacional bruta", os especialistas são unânimes em dizer que um país só avançará no IDH se progredir simultaneamente nas três dimensões avaliadas - saúde, educação e renda. Como não poderia deixar de ser, a falta de coleta e tratamento dos esgotos afeta negativamente todos os três fatores, portanto ajudam a manter o Brasil longe dos melhores países em desenvolvimento humano.
O lançamento dos esgotos sem tratamento na natureza é um atentado ao cidadão, que ocorre 24 horas por dia, 365 dias por ano. Os esgotos representam hoje o maior impacto ambiental às águas do País, principalmente nas grandes regiões metropolitanas. Não temos como falar em cidades sustentáveis ou "sustentabilidade", enquanto nossos cursos d"água forem vítimas da falta dos serviços de coleta e tratamento dos esgotos, legítimo fruto do descaso e falta de prioridade política das autoridades nas últimas décadas.
A solução para este desastre sem charme passa por todos os elos do governo, mas, sobretudo pela vontade dos prefeitos, responsáveis pela solução do problema, segundo a lei que rege o saneamento. Ele pode constituir sua própria empresa municipal ou conceder o serviço a uma empresa estadual ou privada, fazer uma parceria público-privada ou um sistema misto - solução existe. Mas sua responsabilidade não para por aí... Ele deve, por força da lei do saneamento, priorizar também a formulação do Plano Municipal de Saneamento Básico de seu município, sem o qual não poderá mais acessar os recursos federais. Cabe à autoridade local, portanto, vários desafios, mas principalmente o de olhar cuidadosamente a gestão dos serviços prestados à sua cidade, garantindo que se persiga a redução das perdas de água, a transparência da informação à população, o cumprimento das metas e a aplicação de tarifas adequadas à realidade local.
Tanto quanto aos prefeitos, cabe ao governo federal - que acertou na criação do Ministério das Cidades e na Secretaria Nacional de Saneamento Básico - e aos governadores zelar pela melhoria urgente da gestão das empresas que operam o saneamento no País. Não é suficiente, portanto, o governo federal acenar com os vultosos recursos do PAC, porque está mais do que provado que, com os gargalos e as burocracias que enfrenta o setor, esses recursos chegam em doses homeopáticas e, a continuar assim, serão incapazes de cobrir o gigante déficit que atinge o setor nas próximas décadas.
Cabe a todos nós o papel de reivindicadores ferozes da solução deste quadro incompatível com o Brasil que se apresenta hoje no mundo. Cabe aqui, também, um chamado urgente às entidades ambientalistas e aos profissionais da saúde de todo o Brasil, para que discutam urgentemente essa tragédia nacional em seus círculos de contato, porque, diferentemente dos temas que afetarão nosso futuro, os esgotos estão nos contaminando hoje, agora... poluindo nossas águas e adoecendo nossas crianças.
PRESIDENTE EXECUTIVO DO INSTITUTO TRATA BRASIL

We Will Rock You - Radio Ga Ga

como somos pequenos diante da imensidão da natureza - e ainda brincamos com ela..

Observando o estrago provocado pelo Tsunami no Japão e que ficamos intrigados sobre o que vem ocorrendo no mundo neste momento em que várias catástrofes provam que o homem está agindo errado em relação a natureza. Ou mudamos nossas atitudes ou o futuro será de terror para todos.

Veja este editorial do Jornal OPOVO

Meio ambiente: planejar a qualidade de vida de Fortaleza

Caberia ao poder público manter em dia um levantamento das áreas verdes da cidade
12.03.2011| 01:30

A derrubada de todas as árvores de um bosque particular em pleno coração da Aldeota, durante o Carnaval, continua a repercutir. O assunto foi retomado pelo arcebispo de Fortaleza, dom José Antônio Tosi, no lançamento da Campanha da Fraternidade, que tem como alvo justamente a preservação do meio ambiente. Embora já tenhamos tocado - embora ligeiramente - na questão, neste espaço, o assunto está a requerer debate mais profundo, tendo em vista o futuro.


Lamentando o acontecido, o Arcebispo defendeu uma maior reflexão de todos sobre a confusão de valores que ensejaria ações como aquela: “Nós temos responsabilidade social. Está na hora de repensar o valor do dinheiro”. E revelou que a Arquidiocese não escapou de tipo parecido de pressão, focada apenas no aspecto econômico, quando lhe foi proposta a venda do Seminário da Prainha para a construção de um empreendimento empresarial: “Você já imaginou, a importância daquele prédio para a cidade trocada por dinheiro?” - questionou.

De fato, embora a busca de caminhos para o incremento dos negócios seja essencial à economia de mercado (e, graças a isso, tenha produzido sociedades prósperas e dinâmicas), nesse processo deve correr paralelo o cuidado para compatibilizá-lo com as necessidades coletivas, levando em conta também valores como a defesa da cultura, da qualidade de vida e do bem-estar da sociedade. Daí, a noção da “responsabilidade social”, que não pode ser transformada numa mimetização de boas intenções ou em puros simulacros benfazejos.

A conservação dos patrimônios histórico e natural tem de ser levada em conta, com racionalidade, na equação de custos e benefícios. O aspecto econômico, apesar de relevante, nem sempre deve prevalecer. No caso em vista, a polêmica decorre do pressuposto benefício exercido pelo bosque na qualidade ambiental devido à reduzida presença de áreas verdes na região. Tudo isso, é claro, exige maior esclarecimento por parte dos técnicos.

Caberia ao poder público manter em dia o levantamento das áreas verdes existentes na cidade para ter tempo de agir em sua defesa, planejadamente, quando alguma delas for considerada indispensável para a qualidade de vida da população.
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TRISTE CONSTATAÇÃO

Terras de ninguém na Capital

Na semana em que foram derrubadas mais de 50 árvores em área da Capital, O POVO procurou locais preservação dos parques da cidade
12.03.2011| 01:30
APA do Rio Ceará praticamente não conta com fiscalização (Foto: RAFAEL CAVALCANTE) APA do Rio Ceará praticamente não conta com fiscalização (Foto: RAFAEL CAVALCANTE)
Quase todos os espaços verdes de Fortaleza sobrevivem à própria sorte. Mesmo os regulamentados como unidades de conservação, protegidos por lei, padecem. A Área de Preservação Ambiental (APA) do Estuário do Rio Ceará, criada oficialmente em 1999, tem quase o triplo de extensão do Cocó e praticamente nenhuma fiscalização. Na semana em que houve a derrubada, em área urbana, de cerca de 50 árvores, O POVO pesquisou a situação dos parques da cidade.

“A APA foi criada para barrar a ocupação desordenada e levar educação ambiental para a população”. As palavras do gerente da APA do Rio Ceará, Adail Garcez, se dão somente na margem das ideias. Na prática, o que se tenta evitar pode ser facilmente visto: disposição inadequada de resíduos sólidos, lixo urbano, poluição e desmatamento do mangue. Dois gerentes são os responsáveis pela fiscalização. Garcez aponta que eles contam com a ajuda da população.

No lado Oeste da Capital, a última reserva verde está desprotegida. Do bosque da avenida Sargento Hermínio até a Lagoa do Pici, chegando ao rio Maranguapinho, os moradores pedem a formação do Parque Rachel de Queiroz. O projeto original é de 2002. O chefe do Distrito de Meio Ambiente da Secretaria Executiva Regional III, Antônio Soares, explica que está em andamento a licitação. Por falta de verbas, não poderá ser completado integralmente.

O projeto inclui 15 trechos e, no momento, está sendo licitado o local próximo ao colégio Santa Isabel, na Mister Hull. “O custo total é de 40 milhões. Não temos, nesse momento, recursos”, conta.

Parque do Cocó
O Parque do Cocó, que é a área verde mais usada da cidade, também sofre usos incorretos. Mais de 20 anos depois de ter sido criado, o parque ainda não existe oficialmente. Após a proposta de criação ficar pronta, falta a aprovação do governador.
“Temos pontos a considerar como a função ecológica de algumas áreas e os custos altos dos terrenos de propriedades particulares. Aquela área é caríssima e algumas ficaram inférteis”, pontua Arílio Veras, secretário-geral da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Questionado sobre a possibilidade de fazer projetos para fertilizar esses locais, o secretário informou que mais interessante seria proteger áreas ainda não degredadas. Apesar de não oficializado, segundo Veras, o parque recebe todos os benefícios da lei ambiental.

Para agilizar a oficialização, em abril de 2010, a Semace propôs reduzir 246,37 hectares da poligonal apresentada pelo Conselho de Proteção ao Meio Ambiente do Ceará. Veras destaca que não seria essa uma redução, já que o parque sequer foi oficializado.

Um contrato com a Caixa Econômica Federal, avaliado em 218 milhões, deve possibilitar a transferência de 1983 famílias. “Já existe um estudo sobre o terreno, mas preferimos não informar”, disse.

A faixa esquerda da avenida Sebastião de Abreu, onde ficam as dunas do Cocó sairiam da área do parque para facilitar a demarcação, adiada desde 1989, ano em que o parque foi criado extra oficialmente. O estudo da Semace pede a criação de outras duas unidades de conservação, ligadas ao ecossistema do Cocó, mas para além da área do parque. (colaborou Mariana Toniatti)

O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
O problema é nacional. O Brasil tem muitas unidades de conservação, mas poucas protegidas e em equilíbrio. Em Fortaleza também é assim. É preciso investir em fiscalização e no manejo sustentável dessas áreas verdes.

SAIBA MAIS

A APA do Rio Ceará foi criada em 1999 e tem 2.744.089 hectares. Um dos afluentes dele é o Maranguapinho, que ainda sofre com ocupação desordenada.

O mangue é berçário da vida marinha, protege contra a erosão, filtra a poluição do rio, ajuda a regular a temperatura. Ao todo, o mangue presta 19 “serviços ambientais”.

O Parque do Cocó tem como “estrela” o rio que corta a cidade e é entrada dos ventos alísios vindos do Oceano Atlântico.

O Parque Rachel de Queiroz é a maior área verde da bacia do Riacho Alagadiço. Tem projeto orçado em cerca de R$ 40 milhões, mas a verba não está garantida. O primeiro trecho será próximo à av. Bezerra de Menezes.

Angélica Feitosa
angelica@opovo.com.br